Brasília sedia 38º Seminário Nacional NTU e debate financiamento do transporte público coletivo no Brasil

image-51-300x225 Brasília sedia 38º Seminário Nacional NTU e debate financiamento do transporte público coletivo no Brasil GDF/CLDF SEMOB/DF 🏛️ DISTRITO FEDERAL

Evento reúne lideranças para discutir sustentabilidade, subsídios e novos modelos de mobilidade urbana

Brasília, 13 de agosto de 2025 – Teve início nesta terça-feira (12), na capital federal, o 38º Seminário Nacional NTU, promovido pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). O encontro reúne lideranças políticas, empresários e especialistas de todo o país para discutir soluções voltadas à modernização do transporte público coletivo, abordando temas como financiamento, sustentabilidade ambiental, social e de governança.

Debate sobre financiamento e qualidade do transporte público

Na abertura, os participantes discutiram alternativas para aprimorar as políticas de custeio e financiamento do transporte coletivo, defendendo a separação tarifária e a adoção de subsídios que garantam acesso universal, continuidade e tarifas acessíveis. O objetivo é melhorar a qualidade do serviço e recuperar a perda de passageiros registrada nos últimos anos.

A colaboração entre governo federal, estados, municípios e setor privado foi apontada como essencial para reverter o desequilíbrio no sistema de transporte em diversas localidades do país.

Experiência do DF com o programa Vai de Graça

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, apresentou o programa Vai de Graça, implantado em março de 2025, que oferece gratuidade nas passagens de ônibus e metrô aos domingos e feriados. A iniciativa já registra cerca de 460 mil acessos semanais e traz impactos positivos não apenas na mobilidade, mas também na economia local, impulsionando vendas e geração de empregos.

“Não podemos falar em transporte público sem falar em infraestrutura e logística”, ressaltou Celina Leão, destacando que ações estruturais geram benefícios em toda a cadeia econômica.

Desafios para financiamento estável

O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, alertou para a ausência de uma regulamentação nacional que garanta fontes estáveis de financiamento. Ele destacou que, no Distrito Federal, cerca de 75% do custo do transporte é bancado pelo orçamento geral, sem fonte específica como ocorre na saúde ou educação.

“A universalização do transporte gratuito exige mais que tarifa zero: demanda investimento em infraestrutura e adaptação às mudanças no perfil de deslocamento da população”, afirmou Zeno.

Sustentabilidade e visão de longo prazo

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transporte e Mobilidade (Consetrans) e secretário de Transporte do Espírito Santo, Fábio Damasceno, alertou para a dependência excessiva de subsídios e defendeu investimentos contínuos e não apenas ações pontuais a cada mandato.

“Quando o transporte público for visto como investimento e não gasto, teremos um sistema muito melhor”, disse Damasceno, defendendo segurança contratual para atrair investimentos de longo prazo.

Investimentos no transporte coletivo do DF

Mesmo com a queda na participação do transporte coletivo na matriz de mobilidade do DF (de 32% em 2011 para 24% em 2025), o GDF mantém tarifas congeladas desde 2020, amplia a frota com veículos menos poluentes e investe em tecnologia para melhorar conforto e segurança dos passageiros.

O 38º Seminário Nacional NTU reforçou que mobilidade urbana e transporte público sustentável são essenciais para o desenvolvimento econômico, inclusão social e melhoria da qualidade de vida no Brasil.

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